Sobre arte, conexões e experiências fantásticas
Um olhar sobre interações marcantes e produtos amados
De onde nascem as experiências fantásticas, o amor por uma marca, a tatuagem no braço, o ato espontâneo de contar para todo mundo entusiasmado?
Experiências wow estão diretamente ligadas com uma maior lucratividade e diferenciação no mercado, afinal de contas os colaboradores e os clientes finais são pessoas e pessoas sentem, se emocionam, tem crenças, se comunicam e espalham a fama de seu produto.
Mas o que a arte tem a ver com isso?
A arte nos ensina que a relevância, o amor e a importância que damos a algo é diretamente ligada ao significado que atribuímos a ela.
Um exemplo disso é aquela velha frase de alguém que olha uma arte incompreendida, relativamente simples de se produzir e fala “Até meu sobrinho de 5 anos poderia ter feito isso”. Olhando apenas para a forma, ainda que seja a mais tecnológica de todas, sem o significado ela é irrelevante.
Construir um bom produto é importante, mas o conceito é ainda mais importante que a forma. Como o revolucionário Du Champ nos mostra:
Ok, e sobre as conexões?
Conexões se formam quando pessoas acreditam no mesmo significado, são as chamadas crenças. O ser humano é por natureza um ser sociável, que se junta a grupos semelhantes a ele.
O significado em comum, o porquê, é o que da força as amizades, grupos ativistas e também as love brands (aquelas marcas que são amadas e tatuadas).
Como já dizia Simon Sinek:
“Pessoas não compram o que você faz;
elas compram o porquê você faz.”
E isso não é somente uma opinião, é um fato comprovado pela biologia.
Essas conexões não são feitas de forma consciente. Na verdade, começamos a considerar razões para justificar escolhas que no fundo já tomamos, por sentir que era o certo.
Isso se confirma biologicamente, porque nossas conexões sinápticas (pensamentos) são formadas primeiramente no cérebro límbico (o cérebro do instinto), responsável pelos sentimentos inconscientes como os de confiança e lealdade, antes mesmo de começarmos a raciocinar no neocortex (cérebro da razão e consciência).
Mas como transformar isso em produtos que geram experiências fantásticas?
Entendemos até aqui que o conceito, o significado/crença que conecta as pessoas é mais importante que a forma. Outra coisa que precisamos ter consciência é de que:
Pessoas não precisam de produtos!
Mas como assim? Compram um objeto porque precisam, não? É…não, na verdade não. Precisam do beneficio que supre sua necessidade.
Vou te dar um exemplo: pessoas não precisam de geladeiras em suas casas, precisam de algo que conserve o alimento ou que simplesmente gele sua bebida.
Por isso temos visto o movimento de migração de ter propriedade para ter acesso as coisas. “Não vou comprar, vou alugar”…uma casa, um carro, uma geladeira ou qualquer coisa. Life as a service, com diz Murilo Gun:
Sabendo disso, conseguimos enxergar melhor o tal do Human Centric e ter um mindset para entender não só como fazemos um MVP (Mínimo produto viável), mas como podemos fazer um MLP (Mínimo Produto Amável), onde consideramos as features mínimas que farão os usuários desejarem compartilhar seu produto ou serviços logo no primeiro contato.
O que é um fator decisivo em mercados super concorridos.
E logicamente evoluindo e corrigindo rapidamente o produto/serviço através de uma cultura Ágil e de Experimentação.
Juntando tudo:
Acredito que um produto/serviço realmente amado pela pessoa que o usa ou gostaria de usar é aquele que consegue unir bem o propósito/significado da marca com um pensamento as a service. É importante, não só entender as necessidades do usuário, mas também suas crenças e anseios para criar uma conexão com ele e entregar um beneficio maior do que o necessário, um beneficio surpreendente.
Muito obrigado pela paciência e seu interesse nessa leitura. 😉
Espero ter contribuído para sua evolução com algum aprendizado.
Segue abaixo alguns links que me ajudaram a escrever esse artigo:
O mictório de Marcel Duchamp
Simon Sinek | TEDxPuget Sound: Como grandes líderes inspiram ação
Sistema Límbico
Life as a service: Murilo Gun at TEDxFortaleza
What is Human Centered Design?
MLP vs MVP vs MMP/MSP: Comparison and Main Differences
O que é o Manifesto Ágil?
Como descobrir a ideia certa?
